Ruinas da Enfermaria Militar ( Museu do Pampa ) - Fonte: defender.org.br
A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio Grande do Sul, Ana Lúcia Goelzer Meira, confirmou que o Museu do Pampa será instalado em Jaguarão. Ela explica que o projeto inicial previa a colocação do acervo na casa de David Canabarro, em Livramento, mas o município optou por uma nova proposta como translado dos restos mortais do herói farroupilha. Ana Lúcia acrescenta que, no local, foi construído um mausoléu sem autorização prévia do Iphan. Segundo a superintendente, o fato motivou processo administrativo, por meio da Procuradoria da União, contra o município. O prefeito de Livramento, Wainer Machado, diz que o Iphan teve papel relevante na restauração da casa, porém, argumenta que o custo pela desapropriação da estrutura foi bancado pelo município. Afirma ainda que a construção do panteão teve respaldo dos descendentes do general farrapo e de entidades tradicionalistas locais.
O secretário de Cultura de Jaguarão, Carlos José Machado, informa que a prefeitura já contratou o arquiteto paulista Marcelo Ferraz para elaborar o projeto do Museu do Pampa, que deverá estar concluído até outubro. Ferraz visitou recentemente Jaguarão. Localizado na fronteira com o Uruguai, o município surgiu em 1802, com um acampamento militar montado às margens do rio Jaguarão pelo tenente-coronel Manuel Marques de Sousa. Em 6 de julho de 1832, foi elevado à condição de vila. As ruínas da Enfermaria Militar, onde será construído o museu, estão situadas no ponto mais alto da cidade, em um terreno rochoso conhecido como Cerro da Pólvora ou Cerro da Enfermaria. A construção, que demorou três anos, teve início em 1880, por ordem do então Ministro da Guerra, Visconde de Pelotas. O objetivo era atender oficiais e praças do Exército e as comunidades próximas de Bagé. Em 1915, a edificação foi ampliada.
No local, já funcionaram escola, alojamento, prisão militar e política. Desativado e abandonado no começo da década de 1970, o complexo histórico foi depredado. Sua arquitetura tem características neoclássicas, destacando-se na paisagem pela imponência. Com duas alas em ‘L’, caracteriza-se pela simetria na composição da fachada principal. As paredes são de pedra irregular e de tijolos, com argamassa de cal. No dia 27 de janeiro de 1865, uma força composta por dois corpos da Guarda Nacional resistiu durante 48 horas a uma tentativa de invasão do território brasileiro por mais de 1,5 mil homens do Exército uruguaio. Sitiada e em desvantagem bélica, a guarnição comandada pelo coronel Manoel Pereira Vargas acabou vencendo o inimigo no cansaço. O episódio rendeu ao município o título de ‘Cidade Heroica’ e ao Brasil, a demarcação das fronteiras à margem esquerda do Rio Jaguarão.
Link para o Projeto,Obras e Fotos da Restauração: Centro de Interpretação do Pampa
O secretário de Cultura de Jaguarão, Carlos José Machado, informa que a prefeitura já contratou o arquiteto paulista Marcelo Ferraz para elaborar o projeto do Museu do Pampa, que deverá estar concluído até outubro. Ferraz visitou recentemente Jaguarão. Localizado na fronteira com o Uruguai, o município surgiu em 1802, com um acampamento militar montado às margens do rio Jaguarão pelo tenente-coronel Manuel Marques de Sousa. Em 6 de julho de 1832, foi elevado à condição de vila. As ruínas da Enfermaria Militar, onde será construído o museu, estão situadas no ponto mais alto da cidade, em um terreno rochoso conhecido como Cerro da Pólvora ou Cerro da Enfermaria. A construção, que demorou três anos, teve início em 1880, por ordem do então Ministro da Guerra, Visconde de Pelotas. O objetivo era atender oficiais e praças do Exército e as comunidades próximas de Bagé. Em 1915, a edificação foi ampliada.
No local, já funcionaram escola, alojamento, prisão militar e política. Desativado e abandonado no começo da década de 1970, o complexo histórico foi depredado. Sua arquitetura tem características neoclássicas, destacando-se na paisagem pela imponência. Com duas alas em ‘L’, caracteriza-se pela simetria na composição da fachada principal. As paredes são de pedra irregular e de tijolos, com argamassa de cal. No dia 27 de janeiro de 1865, uma força composta por dois corpos da Guarda Nacional resistiu durante 48 horas a uma tentativa de invasão do território brasileiro por mais de 1,5 mil homens do Exército uruguaio. Sitiada e em desvantagem bélica, a guarnição comandada pelo coronel Manoel Pereira Vargas acabou vencendo o inimigo no cansaço. O episódio rendeu ao município o título de ‘Cidade Heroica’ e ao Brasil, a demarcação das fronteiras à margem esquerda do Rio Jaguarão.
Link para o Projeto,Obras e Fotos da Restauração: Centro de Interpretação do Pampa
Mercado Público Municipal - Fonte: Jaguarão.net
Construído em estilo colonial português, tem formato de “U” e traz um pátio interno, como as antigas casas portuguesas. Foi tombado pelo IPHAE, em 1990. Está localizado num local privilegiado, pois de seu prédio avista-se o rio Jaguarão e a Ponte Internacional Mauá, sendo ladeado pela praça denominada “Praça do Desembarque”e grandes figueiras, cantadas no Hino da Cidade – O canto Jaguarense.
Construção de um pavimento; planta em " L " com alas simetricamente dispostas, onde o ritmo das aberturas pode ser perfeitamente sentido; complementando o fechamento do pátio interno, há um muro, que se estende defronte às fachadas principais delimitando um passeio elevado. Na definição do estilo construtivo, está mais para o colonial de transição, onde elementos neoclássicos como arcos plenos e platibandas estão presentes. Os alicerces e as paredes são de alvenaria de tijolos, estas com espessura de 60 cm. Possui telhado com telhas capa-e-canal e tetos de madeira do tipo saia-e-camisa, de dimensões variadas.
As obras do mercado iniciaram em 1864 e o prédio foi inaugurado em junho 1867; seu construtor foi Polidoro Antônio da Costa. As obras públicas em quantidade e tipos foram intensificadas em nosso solo após a Revolução Farroupilha. Entre os três mercados públicos construídos na mesma época, dois estavam na fronteira - Jaguarão e Bagé.
Em 1920, durante a administração do Coronel Frederico Rache, o mercado sofre uma grande reforma. Na ocasião houve a eliminação da escadaria oeste, foram retirados os gradis e houve o fechamento de alguns vãos e a eliminação das cisternas. O muro foi levantado meio metro. A maioria das bancas do mercado, hoje, estão desativadas.
Mercado Público de Jaguarão
Texto de Andréa da Gama Lima*
No dia 6 de julho de 2010, completou-se 20 anos que o Mercado Público de Jaguarão está amparado por legislação de proteção patrimonial, registrado por seu valor histórico no Livro Tombo, em âmbito estadual.
A ação foi efetivada de acordo com a Portaria 07/90, do Governo do Rio Grande do Sul, quando o Secretário Executivo do Conselho Estadual de Desenvolvimento Cultural (CODEC), outorgou, por fim, o reconhecimento oficial ao bem, depois de longos anos de discussões e estudos do imóvel e de seu entorno, promovidos na comunidade.
Em 1986, a partir de levantamentos realizados por uma equipe composta, em sua maioria, por alunos e professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Pelotas, atuante no Inventário do Patrimônio Arquitetônico Jaguarense, solicitava-se, já, a abertura do processo. Esta era uma das metas e estratégias para a conservação do prédio e, por conseguinte, do conjunto em que está inserido, propostas pelo Projeto Jaguar.
À época, apontava-se que o mercado público mantinha ainda em ativo algumas de suas funções originais, e uma das intenções da Prefeitura era a de reavivar o comércio de horti-fruti-granjeiros na forma de feiras-livres, como acontecia em outros momentos no local.
Trata-se de uma obra em estilo colonial português, erigida junto à antiga Praça do Comércio, entre os anos de 1864 e 1867. Entre os propósitos que impulsionaram a sua construção, denota-se a necessidade, então, de se ter um local para o escoamento dos produtos aportados pelo rio Jaguarão, vindos dos mais variados lugares da Província e, também, dos domínios do ultramar, tendo em vista que muitos eram os artefatos ingressos nestas paragens pela agitada zona portuária de Rio Grande.
O Mercado Público deveria promover e congregar, em especial, a comercialização de pescados e demais gêneros alimentícios de produção local, como, por exemplo, as hortaliças, frutas e legumes. Uma das grandes dificuldades da população e autoridades era, no cenário do século XIX, a manutenção de condições adequadas de higiene e asseio de espaços deste porte, levando em conta que não havia ainda redes de esgoto, elétrica e hidráulica, sendo a distribuição de água organizada por pipas.
A obra simétrica, sólida e maciça, apresenta características de fortificação em sua base, qualidade inerente e comum à estrutura da fronteira. O prédio, contíguo ao rio que deu nome à cidade que nasceu às suas margens, além situar-se em local estratégico para a vigia da divisa entre os dois países, deveria, também, ser resistente às enchentes que assolaram e demarcaram a região em determinados ciclos. Sobre as técnicas construtivas em voga, seus alicerces e paredes são em tijolo sentado em reboco de cimento e areia grossa, o telhado revestido em telha canal em capa e bica e o teto, em madeira, é do tipo conhecido como “saia e camisa”.
Patrimônio e referência de quase um século e meio de história, sabe-se que o mercado passou em sua trajetória por algumas reformas. Perdeu o lance de escadas de acesso lateral, pela rua XV de novembro, que estava quase em ruínas e, no ano de 1920, sofreu a remoção das grades circundantes que, segundo alguns relatos, foram para o Cemitério das Irmandades. Os três portões em ferro foram preservados como tal, trabalhados e com setas, mas os azulejos em cima das portas não são os artefatos originais, de acordo com informações que constam nos anexos do processo de tombamento do edifício.
Demarcado por usos diversos e pela passagem de várias gerações, partícipes de sua configuração, o mercado público está associado com múltiplos aspectos da história local e do país. Fruto de um período de exploração ampla da mão-de-obra escrava, no qual predominavam, em grande parte, os interesses de charqueadores e grandes proprietários de terra, o prédio atravessou decênios como testemunho silencioso de grandes transformações sociais. Zelar pela salvaguarda do bem implica, na contemporaneidade, o fortalecimento de iniciativas e ações conjuntas entre as diferentes esferas, o poder público - nos âmbitos federal, do estado e municipal -, o setor privado e os agentes da sociedade civil.
Para além de se preservar sua materialidade, o legado arquitetônico, o desafio reside em se trabalhar, por outro lado, a memória e as narrativas que se revelam em torno do bem, a partir de perspectivas multidisciplinares. Esta é uma das direções para o encaminhamento, por exemplo, de propostas transversais de educação patrimonial. Destacamos, neste sentido, as possibilidades de pesquisa para com as fontes orais, levando em conta a riqueza dos relatos das pessoas que têm sua história de vida atrelada à história do prédio - os trabalhadores de base, funcionários, agricultores que ali vendiam seus produtos, granjeiros e demais comerciantes.
O ideal de preservação dos mercados públicos no Brasil, faz parte de uma consciência amadurecida, em especial, nas últimas décadas, que julga importante a salvaguarda não apenas de monumentos suntuosos, representativos do ponto de vista dos setores dominantes, com valoração econômica atribuída, mas também de construções simples e integradas ao dia-a-dia das comunidades.
Considerando o elevado número de cidades descaracterizadas de seus referenciais identitários, os sítios históricos afetados pelos danos do capitalismo desenfreado, e as ameaças que circundam, permanentemente, os acervos de antigas edificações em distintos locais do país, entre as quais se destaca a especulação imobiliária, Jaguarão é percebida um rico manancial no campo do patrimônio na fronteira sulina. Cuidemos, portanto, do que é nosso.
Link para o Projeto,Obras e Fotos da Restauração: Mercado Público
Construção de um pavimento; planta em " L " com alas simetricamente dispostas, onde o ritmo das aberturas pode ser perfeitamente sentido; complementando o fechamento do pátio interno, há um muro, que se estende defronte às fachadas principais delimitando um passeio elevado. Na definição do estilo construtivo, está mais para o colonial de transição, onde elementos neoclássicos como arcos plenos e platibandas estão presentes. Os alicerces e as paredes são de alvenaria de tijolos, estas com espessura de 60 cm. Possui telhado com telhas capa-e-canal e tetos de madeira do tipo saia-e-camisa, de dimensões variadas.
As obras do mercado iniciaram em 1864 e o prédio foi inaugurado em junho 1867; seu construtor foi Polidoro Antônio da Costa. As obras públicas em quantidade e tipos foram intensificadas em nosso solo após a Revolução Farroupilha. Entre os três mercados públicos construídos na mesma época, dois estavam na fronteira - Jaguarão e Bagé.
Em 1920, durante a administração do Coronel Frederico Rache, o mercado sofre uma grande reforma. Na ocasião houve a eliminação da escadaria oeste, foram retirados os gradis e houve o fechamento de alguns vãos e a eliminação das cisternas. O muro foi levantado meio metro. A maioria das bancas do mercado, hoje, estão desativadas.
Mercado Público de Jaguarão
Texto de Andréa da Gama Lima*
No dia 6 de julho de 2010, completou-se 20 anos que o Mercado Público de Jaguarão está amparado por legislação de proteção patrimonial, registrado por seu valor histórico no Livro Tombo, em âmbito estadual.
A ação foi efetivada de acordo com a Portaria 07/90, do Governo do Rio Grande do Sul, quando o Secretário Executivo do Conselho Estadual de Desenvolvimento Cultural (CODEC), outorgou, por fim, o reconhecimento oficial ao bem, depois de longos anos de discussões e estudos do imóvel e de seu entorno, promovidos na comunidade.
Em 1986, a partir de levantamentos realizados por uma equipe composta, em sua maioria, por alunos e professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Pelotas, atuante no Inventário do Patrimônio Arquitetônico Jaguarense, solicitava-se, já, a abertura do processo. Esta era uma das metas e estratégias para a conservação do prédio e, por conseguinte, do conjunto em que está inserido, propostas pelo Projeto Jaguar.
À época, apontava-se que o mercado público mantinha ainda em ativo algumas de suas funções originais, e uma das intenções da Prefeitura era a de reavivar o comércio de horti-fruti-granjeiros na forma de feiras-livres, como acontecia em outros momentos no local.
Trata-se de uma obra em estilo colonial português, erigida junto à antiga Praça do Comércio, entre os anos de 1864 e 1867. Entre os propósitos que impulsionaram a sua construção, denota-se a necessidade, então, de se ter um local para o escoamento dos produtos aportados pelo rio Jaguarão, vindos dos mais variados lugares da Província e, também, dos domínios do ultramar, tendo em vista que muitos eram os artefatos ingressos nestas paragens pela agitada zona portuária de Rio Grande.
O Mercado Público deveria promover e congregar, em especial, a comercialização de pescados e demais gêneros alimentícios de produção local, como, por exemplo, as hortaliças, frutas e legumes. Uma das grandes dificuldades da população e autoridades era, no cenário do século XIX, a manutenção de condições adequadas de higiene e asseio de espaços deste porte, levando em conta que não havia ainda redes de esgoto, elétrica e hidráulica, sendo a distribuição de água organizada por pipas.
A obra simétrica, sólida e maciça, apresenta características de fortificação em sua base, qualidade inerente e comum à estrutura da fronteira. O prédio, contíguo ao rio que deu nome à cidade que nasceu às suas margens, além situar-se em local estratégico para a vigia da divisa entre os dois países, deveria, também, ser resistente às enchentes que assolaram e demarcaram a região em determinados ciclos. Sobre as técnicas construtivas em voga, seus alicerces e paredes são em tijolo sentado em reboco de cimento e areia grossa, o telhado revestido em telha canal em capa e bica e o teto, em madeira, é do tipo conhecido como “saia e camisa”.
Patrimônio e referência de quase um século e meio de história, sabe-se que o mercado passou em sua trajetória por algumas reformas. Perdeu o lance de escadas de acesso lateral, pela rua XV de novembro, que estava quase em ruínas e, no ano de 1920, sofreu a remoção das grades circundantes que, segundo alguns relatos, foram para o Cemitério das Irmandades. Os três portões em ferro foram preservados como tal, trabalhados e com setas, mas os azulejos em cima das portas não são os artefatos originais, de acordo com informações que constam nos anexos do processo de tombamento do edifício.
Demarcado por usos diversos e pela passagem de várias gerações, partícipes de sua configuração, o mercado público está associado com múltiplos aspectos da história local e do país. Fruto de um período de exploração ampla da mão-de-obra escrava, no qual predominavam, em grande parte, os interesses de charqueadores e grandes proprietários de terra, o prédio atravessou decênios como testemunho silencioso de grandes transformações sociais. Zelar pela salvaguarda do bem implica, na contemporaneidade, o fortalecimento de iniciativas e ações conjuntas entre as diferentes esferas, o poder público - nos âmbitos federal, do estado e municipal -, o setor privado e os agentes da sociedade civil.
Para além de se preservar sua materialidade, o legado arquitetônico, o desafio reside em se trabalhar, por outro lado, a memória e as narrativas que se revelam em torno do bem, a partir de perspectivas multidisciplinares. Esta é uma das direções para o encaminhamento, por exemplo, de propostas transversais de educação patrimonial. Destacamos, neste sentido, as possibilidades de pesquisa para com as fontes orais, levando em conta a riqueza dos relatos das pessoas que têm sua história de vida atrelada à história do prédio - os trabalhadores de base, funcionários, agricultores que ali vendiam seus produtos, granjeiros e demais comerciantes.
O ideal de preservação dos mercados públicos no Brasil, faz parte de uma consciência amadurecida, em especial, nas últimas décadas, que julga importante a salvaguarda não apenas de monumentos suntuosos, representativos do ponto de vista dos setores dominantes, com valoração econômica atribuída, mas também de construções simples e integradas ao dia-a-dia das comunidades.
Considerando o elevado número de cidades descaracterizadas de seus referenciais identitários, os sítios históricos afetados pelos danos do capitalismo desenfreado, e as ameaças que circundam, permanentemente, os acervos de antigas edificações em distintos locais do país, entre as quais se destaca a especulação imobiliária, Jaguarão é percebida um rico manancial no campo do patrimônio na fronteira sulina. Cuidemos, portanto, do que é nosso.
Link para o Projeto,Obras e Fotos da Restauração: Mercado Público
Casa de Cultura
O local onde funciona, atualmente, a Secretaria de Cultura e Turismo de Jaguarão é considerado uma das relíquias arquitetônicas do estado gaúcho. O prédio compõe o conjunto de edificações históricas que configuram o entorno da Praça Dr. Alcides Marques, apontada na povoação já em seu primeiro mapa, em princípios do século XIX.
Jaguarão foi erigida a partir de um acampamento militar, à beira do rio de mesmo nome, demarcando o expansionismo português ao sul do novo mundo. Seu desenvolvimento econômico, em grande parte amparado na atividade charqueadora e na mão-de-obra cativa, permitiu que atingisse posição de relevo no cenário brasileiro.
Da prosperidade da cidade, originou-se o belo patrimônio edificado. Percebe-se o destaque para as refinados casarões elaborados nos últimos decênios do século XIX e início do século XX, período que demarca a fase áurea da construção civil local. Segundo a arquiteta Ana Lúcia Oliveira, Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas, os sítios arquitetônicos do município constituem um acervo “sem similar em número e estado de conservação no Rio Grande do Sul”.
Junto ao Mercado Público, obra em estilo colonial português, ao Teatro Esperança, atualmente em restauração pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e à Antiga Enfermaria Militar, futuro Centro de Interpretação do Pampa, o Antigo Fórum da Comarca de Jaguarão, que abriga a Casa de Cultura, figura entre os bens tombados como Patrimônio Histórico do Estado. O prédio passou a ser amparado pela legislação de proteção com a Portaria 020/86, de 26 de novembro de 1986.
A antiga construção que se situava no local remonta, porém, ao ano de 1815, conforme descreve Eduardo Álvares de Souza na publicação n’A FOLHA. “Casco de pequena quinta urbana, o edifício original era um prédio baixo, com telhas de beiral, pertencente a Inácio Antonio Vieira, natural de Maldonado, da República Oriental do Uruguay, mas batizado na cidade”.
Segundo o autor, a residência abrigou sucessivas gerações dos descendentes de Viera ao longo das décadas do período oitocentista e princípios de 1900. Alguns registros apontam que possuía acomodações apropriadas para família, com dezessete compartimentos, forrados e assoalhados, e um extenso pátio arborizado que se extendia até a Rua do Imperador, atual Marechal Deodoro.
Em 1903, a casa passou à propriedade do Cônego Rafael Goris, primeiro reitor do Colégio Espírito Santo. O espaço era, já, utilizado sob locação desde 1901, quando o educandário iniciou suas atividades no campo docente. Em 1914, o Colégio dos padres premostratenses foi transferido para São Paulo, de modo que, mediante escritura lavrada em 1915, o prédio passou à irmãs da Ordem Franciscana.
Passados poucos anos, tornou-se domínio do Governo do Estado. Após 1920, seus usos foram de sede do Colégio Elementar à Exatoria Estadual, servindo, em seguida, para o Poder Judiciário da Comarca, que nele se manteve até 1994.
Em 1995, no casarão passa a funcionar a Casa de Cultura de Jaguarão. Seu propósito, impulsionar o cenário artístico-cultural no município, de maneira a envolver e promover o acesso a mais amplos segmentos da população.
Quem participa, hoje em dia, das atividades promovidas pela Secretaria de Cultura e Turismo como exposições de arte, lançamentos de livros e, mais recentemente, sessões de cinema ou, quando de passagem pela cidade, resolve visitar o prédio, se depara com um rico exercício para o olhar. Descobre os detalhes da técnica conhecida como escaiola nas paredes, a artesania em mármore de João Braga, a carpintaria de Gustavo Guimarães.
São marcas impressas na cultura material que indicam caminhos para o interesse e a busca por diferentes aspectos de tempos passados. E, mais do que isto, revelam que ainda temos muitas histórias para conhecer.
Jaguarão foi erigida a partir de um acampamento militar, à beira do rio de mesmo nome, demarcando o expansionismo português ao sul do novo mundo. Seu desenvolvimento econômico, em grande parte amparado na atividade charqueadora e na mão-de-obra cativa, permitiu que atingisse posição de relevo no cenário brasileiro.
Da prosperidade da cidade, originou-se o belo patrimônio edificado. Percebe-se o destaque para as refinados casarões elaborados nos últimos decênios do século XIX e início do século XX, período que demarca a fase áurea da construção civil local. Segundo a arquiteta Ana Lúcia Oliveira, Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas, os sítios arquitetônicos do município constituem um acervo “sem similar em número e estado de conservação no Rio Grande do Sul”.
Junto ao Mercado Público, obra em estilo colonial português, ao Teatro Esperança, atualmente em restauração pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e à Antiga Enfermaria Militar, futuro Centro de Interpretação do Pampa, o Antigo Fórum da Comarca de Jaguarão, que abriga a Casa de Cultura, figura entre os bens tombados como Patrimônio Histórico do Estado. O prédio passou a ser amparado pela legislação de proteção com a Portaria 020/86, de 26 de novembro de 1986.
A antiga construção que se situava no local remonta, porém, ao ano de 1815, conforme descreve Eduardo Álvares de Souza na publicação n’A FOLHA. “Casco de pequena quinta urbana, o edifício original era um prédio baixo, com telhas de beiral, pertencente a Inácio Antonio Vieira, natural de Maldonado, da República Oriental do Uruguay, mas batizado na cidade”.
Segundo o autor, a residência abrigou sucessivas gerações dos descendentes de Viera ao longo das décadas do período oitocentista e princípios de 1900. Alguns registros apontam que possuía acomodações apropriadas para família, com dezessete compartimentos, forrados e assoalhados, e um extenso pátio arborizado que se extendia até a Rua do Imperador, atual Marechal Deodoro.
Em 1903, a casa passou à propriedade do Cônego Rafael Goris, primeiro reitor do Colégio Espírito Santo. O espaço era, já, utilizado sob locação desde 1901, quando o educandário iniciou suas atividades no campo docente. Em 1914, o Colégio dos padres premostratenses foi transferido para São Paulo, de modo que, mediante escritura lavrada em 1915, o prédio passou à irmãs da Ordem Franciscana.
Passados poucos anos, tornou-se domínio do Governo do Estado. Após 1920, seus usos foram de sede do Colégio Elementar à Exatoria Estadual, servindo, em seguida, para o Poder Judiciário da Comarca, que nele se manteve até 1994.
Em 1995, no casarão passa a funcionar a Casa de Cultura de Jaguarão. Seu propósito, impulsionar o cenário artístico-cultural no município, de maneira a envolver e promover o acesso a mais amplos segmentos da população.
Quem participa, hoje em dia, das atividades promovidas pela Secretaria de Cultura e Turismo como exposições de arte, lançamentos de livros e, mais recentemente, sessões de cinema ou, quando de passagem pela cidade, resolve visitar o prédio, se depara com um rico exercício para o olhar. Descobre os detalhes da técnica conhecida como escaiola nas paredes, a artesania em mármore de João Braga, a carpintaria de Gustavo Guimarães.
São marcas impressas na cultura material que indicam caminhos para o interesse e a busca por diferentes aspectos de tempos passados. E, mais do que isto, revelam que ainda temos muitas histórias para conhecer.
Ponte Internacional Barão de Mauá
Esta magnífica obra de engenharia, sobre o Rio Jaguarão entre Brasil e Uruguai foi construída entre 1927 e 1930 em consequência de um tratado firmado em 1918 entre os dois países. A ponte situa-se entre as cidades de Jaguarão, no Brasil, e Rio Branco, no Uruguai.
Seu nome foi uma homenagem a Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, pela sua atuação como agente financeiro entre os dois países. A ponte mede 2.113,86cm de comprimento, sendo 320m sobre o rio Jaguarão, tendo 12m de largura. Na sua parte central existe uma via férrea (atualmente desativada devido ao peso que compromete suas estruturas), com duas bitolas, ladeada por duas faixas de 3m cada uma, para veículos; as faixas possuem, ao longo do comprimento, calçada para pedestres.
Na construção da ponte trabalharam 6.215 operários de diversas nacionalidades.
Às margens do rio Jaguarão, temos o cais do porto. Lugar aprazível nas tardes de verão, de onde se descortina uma linda paisagem. Passeios pelo rio Jaguarão, apreciando a riquíssima e variada vegetação de suas margens, as ilhas, as quedas d'água, entre elas, a “Cachoeira de Jaguarão”, representam pontos turísticos por suas belezas naturais.
A ponte internacional "Barão de Mauá"
Esta ponte sobre o Rio Jaguarão entre Brasil e Uruguai foi construída entre 1927 e 1930 em consequência de um tratado firmado em 1918 entre os dois países. A ponte situa-se entre as cidades de Jaguarão, no Brasil, e Rio Branco, no Uruguai.
Em 1825 o Uruguai foi incorporado ao Brasil com o nome de Província Cisplatina. Porém os denominados Trinta e Três Orientais, comandados por Lavalleja, proclamaram a independência e dois anos depois expulsaram do território as forças expedicionárias brasileiras. Um ano depois, por influência do Ministro da Inglaterra, Brasil e Inglaterra concordaram em reconhecer a República Oriental do Uruguai, que teve sua Constituição aprovada em 1830. Restou, entretanto, uma dívida pouco maior do que 5 milhões de pesos-ouro em favor do Brasil.
Para resolver a situação, estabeleceu-se em 22 de julho de 1918 um tratado que fixou o valor da dívida e estipulou que o pagamento uruguaio seria feito indiretamente mediante a construção de uma ponte internacional sobre o Rio Jaguarão e a organização de um Instituto do Trabalho.
A criação do Instituto sofreu diversas alterações e chegou-se à conclusão de que não poderia funcionar satisfatoriamente na dependência de dois governos. Resolveu-se então dar outro destino à soma reservada para aquela finalidade. Creditou-se a parcela necessária às obras do prolongamento da Estrada de Ferro que parava em Passo de Barbosa a 60 Km da fronteira, cuja execução foi confiada ao Cel.Julio Caetano Horta Barbosa. Do lado uruguaio, ligar-se-ia a estação de Treinta y Tres, distante 120 Km da fronteira, até a cidade de Rio Branco. Ainda sobrava uma pequena quantia assegurando ao negociador brasileiro, que era o Ministro Hélio Lobo, a assinatura de convênio em 16 de fevereiro de 1928. A diferença em dinheiro ficaria reservada para custear com os juros correspondentes as visitas recíprocas dos embaixadores dos dois países com o objetivo de aproximar suas pátrias.
Como conseqüência, a dívida uruguaia contribuiu para a aproximação comercial dos dois países pela integração de suas redes ferroviárias e proporcionou meios de intensificar o intercâmbio entre os respectivos representantes oficiais.
Para que a obra pudesse ser posta em concorrência foram criadas em 1919 duas comissões internacionais dependentes dos Ministérios das Relações Exteriores dos dois países. Da parte do Brasil foram escolhidos o Marechal Gabriel Pereira de Sousa Botafogo, o Major Eng. José Ribeiro Gomes e o Capitão Eng. José Vicente de Araújo e Silva. Da parte do Uruguai foram nomeados os Eng. Virgilio Sampognaro e Quinto Bonomi.
As duas comissões definiram o eixo da ponte, fizeram o anteprojeto e abriram concorrência para a execução. A mesma comissão julgou as propostas apresentadas até o fim de 1926. A firma brasileira E. Kemnitz & Cia. foi a vencedora da concorrência com valor dado em libras esterlinas. O contrato foi assinado em 21 de março de 1927.
O Ministério de Obras Públicas do Uruguai ficou com incumbência de dirigir a construção e nomeou para seu diretor o Eng. Quinto Bonomi e como o ajudante o Eng. Roque Aita . Por outro lado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil nomeou como representante para efeito de acompanhamento dos trabalhos o Eng. M. J. Moreira Fisher a quem se deve grande parte da divulgação técnica da obra.
A firma empreiteira comprometeu-se a realizar a construção no prazo de 18 meses. Entretanto, divergências entre os dados do projeto oficial e o terreno encontrado ocasionaram demoras e a obra só pôde ser concluída em 44 meses. A obra foi oficialmente recebida em 14 de novembro de 1930 e inaugurada a 20 do mesmo mês.
Seu nome foi uma homenagem a Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, pela sua atuação como agente financeiro entre os dois países. A ponte mede 2.113,86cm de comprimento, sendo 320m sobre o rio Jaguarão, tendo 12m de largura. Na sua parte central existe uma via férrea (atualmente desativada devido ao peso que compromete suas estruturas), com duas bitolas, ladeada por duas faixas de 3m cada uma, para veículos; as faixas possuem, ao longo do comprimento, calçada para pedestres.
Na construção da ponte trabalharam 6.215 operários de diversas nacionalidades.
Às margens do rio Jaguarão, temos o cais do porto. Lugar aprazível nas tardes de verão, de onde se descortina uma linda paisagem. Passeios pelo rio Jaguarão, apreciando a riquíssima e variada vegetação de suas margens, as ilhas, as quedas d'água, entre elas, a “Cachoeira de Jaguarão”, representam pontos turísticos por suas belezas naturais.
A ponte internacional "Barão de Mauá"
Esta ponte sobre o Rio Jaguarão entre Brasil e Uruguai foi construída entre 1927 e 1930 em consequência de um tratado firmado em 1918 entre os dois países. A ponte situa-se entre as cidades de Jaguarão, no Brasil, e Rio Branco, no Uruguai.
Em 1825 o Uruguai foi incorporado ao Brasil com o nome de Província Cisplatina. Porém os denominados Trinta e Três Orientais, comandados por Lavalleja, proclamaram a independência e dois anos depois expulsaram do território as forças expedicionárias brasileiras. Um ano depois, por influência do Ministro da Inglaterra, Brasil e Inglaterra concordaram em reconhecer a República Oriental do Uruguai, que teve sua Constituição aprovada em 1830. Restou, entretanto, uma dívida pouco maior do que 5 milhões de pesos-ouro em favor do Brasil.
Para resolver a situação, estabeleceu-se em 22 de julho de 1918 um tratado que fixou o valor da dívida e estipulou que o pagamento uruguaio seria feito indiretamente mediante a construção de uma ponte internacional sobre o Rio Jaguarão e a organização de um Instituto do Trabalho.
A criação do Instituto sofreu diversas alterações e chegou-se à conclusão de que não poderia funcionar satisfatoriamente na dependência de dois governos. Resolveu-se então dar outro destino à soma reservada para aquela finalidade. Creditou-se a parcela necessária às obras do prolongamento da Estrada de Ferro que parava em Passo de Barbosa a 60 Km da fronteira, cuja execução foi confiada ao Cel.Julio Caetano Horta Barbosa. Do lado uruguaio, ligar-se-ia a estação de Treinta y Tres, distante 120 Km da fronteira, até a cidade de Rio Branco. Ainda sobrava uma pequena quantia assegurando ao negociador brasileiro, que era o Ministro Hélio Lobo, a assinatura de convênio em 16 de fevereiro de 1928. A diferença em dinheiro ficaria reservada para custear com os juros correspondentes as visitas recíprocas dos embaixadores dos dois países com o objetivo de aproximar suas pátrias.
Como conseqüência, a dívida uruguaia contribuiu para a aproximação comercial dos dois países pela integração de suas redes ferroviárias e proporcionou meios de intensificar o intercâmbio entre os respectivos representantes oficiais.
Para que a obra pudesse ser posta em concorrência foram criadas em 1919 duas comissões internacionais dependentes dos Ministérios das Relações Exteriores dos dois países. Da parte do Brasil foram escolhidos o Marechal Gabriel Pereira de Sousa Botafogo, o Major Eng. José Ribeiro Gomes e o Capitão Eng. José Vicente de Araújo e Silva. Da parte do Uruguai foram nomeados os Eng. Virgilio Sampognaro e Quinto Bonomi.
As duas comissões definiram o eixo da ponte, fizeram o anteprojeto e abriram concorrência para a execução. A mesma comissão julgou as propostas apresentadas até o fim de 1926. A firma brasileira E. Kemnitz & Cia. foi a vencedora da concorrência com valor dado em libras esterlinas. O contrato foi assinado em 21 de março de 1927.
O Ministério de Obras Públicas do Uruguai ficou com incumbência de dirigir a construção e nomeou para seu diretor o Eng. Quinto Bonomi e como o ajudante o Eng. Roque Aita . Por outro lado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil nomeou como representante para efeito de acompanhamento dos trabalhos o Eng. M. J. Moreira Fisher a quem se deve grande parte da divulgação técnica da obra.
A firma empreiteira comprometeu-se a realizar a construção no prazo de 18 meses. Entretanto, divergências entre os dados do projeto oficial e o terreno encontrado ocasionaram demoras e a obra só pôde ser concluída em 44 meses. A obra foi oficialmente recebida em 14 de novembro de 1930 e inaugurada a 20 do mesmo mês.
Museu Carlos Barbosa
Palacete Construído em 1886 pelo Dr. Carlos Barbosa Gonçalves.
Em estilo neoclássico, com 656 m2 de área construída, situada à rua 15 de Novembro nº 642, esquina com a rua Cel. de Deus Dias. Pelo gradil e portão de ferro vê-se o grande jardim com lago e chafariz.
Seu construtor foi Martinho de Oliveira Braga. Esse prédio foi transformado em Museu após o falecimento da maioria dos membros da família.É considerado o mais belo museu do Rio Grande do Sul. Foi fundado em 26 de novembro de 1977 e começou a funcionar de fato, aberto à visitação, em 1978.
O Museu Dr. Carlos Barbosa Gonçalves, localizado na cidade de Jaguarão, RS, na fronteira com o Uruguay, desponta entre os mais belos acervos históricos do Brasil. Trata-se de um prédio em estilo eclético, datado de 1886, que foi preservado, junto com sua mobília, como um ícone do requinte construtivo que predominou no sul do país, entre as classes abastadas, em fins do século XIX e princípios do século XX. O período é apontado como o ápice do desenvolvimento cultural e econômico do município que, embasado na indústria charqueadora e adquirindo gado em grande quantidade nos territórios orientais, acumulou riquezas e conquistou posição de relevo no cenário nacional. Da prosperidade de Jaguarão originou-se o belo patrimônio arquitetônico, a paisagem urbana reconhecida e destacada, em grande parte, por possuir conjuntos de casarios e não somente bens históricos isolados, que sobreviveram à evolução da cidade como testemunhos ou referenciais do passado.A construção foi dirigida por Martinho de Oliveira Braga e serviu como residência familiar do médico e político influente que atuou no meio Republicano, como um de seus principais agentes, em um momento de grande movimento e agitação na história do país. Carlos Barbosa Gonçalves nasceu na cidade de Pelotas em 8 de abril de 1851 e, logo na infância, passou a estudar em Jaguarão. Aos quinze anos foi para o Rio de Janeiro e obteve, primeiramente, o diploma de Bacharel em Ciências e Letras. Em 1870, na capital do país, recebeu o grau de Doutor em Medicina, então com 24 anos de idade. Em 1879, após uma estadia na Europa, retornou para a fronteira sulina e, no meio político, trabalhou em diferentes esferas. Engajado na causa abolicionista, foi presidente e diretor da Comissão de Liberdade da Sociedade Emancipadora Jaguarense e responsável pela criação do jornal A Ordem. Apontado como um dos fundadores do partido Republicano Rio-Grandense em Jaguarão, no auge de sua trajetória chegou à Presidência do Estado no ano de 1908, e nela permaneceu até 1913.Nos últimos anos de sua atuação no cenário político, foi eleito senador da República em 1920, cargo ao qual foi reconduzido em 1927. Em 1929 renunciou às atividades por questões de saúde e faleceu, algum tempo depois, então com 82 anos, em Jaguarão.A ideia de preservar a residência da família como tal partiu de sua última herdeira, Dona Eudóxia Barbosa de Iara Palmeiro, filha do Dr. Barbosa e de Dona Carolina Cardoso de Brum. Mantido através de uma fundação, responsável pela salvaguarda dos bens, o museu está aberto à visitação desde 1978. Com 23 cômodos e mais de 600 metros quadrados, seu maior destaque se dá em função da autenticidade dos artefatos que o compõe. Ao visitá-lo, é possível se apreciar a beleza da fachada que resistiu ao tempo, com seus elementos inspirados na arquitetura greco-romana, as portas e as janelas trabalhadas artesanalmente em madeira, e observar a delicadeza das grades com filigranas, que permitem o acesso ao jardim interno da residência, ornamentam escadas e gateiras, e oferecem um rico exercício para o olhar.No interior do casarão se vêem os detalhes do mobiliário em sua diversidade, que comporta desde objetos cotidianos de uso pessoal à valiosas obras de arte, fotografias, têxteis, e coleções características da época, a maioria em estilo neoclássico e art noveau. O museu Carlos Barbosa possui, ainda, farta documentação primária que se encontra em estudo e organização para que, em adequadas condições de proteção e manuseio, um dia possa ser acessada por pesquisadores e interessados na área.Além do patrimônio da família que usufruiu do apogeu do período oitocentista e, sem descendentes, deixou o século XIX em sua última geração, encontramos no museu um caminho que conduz à construção de conhecimentos acerca do passado por meio de leituras da cultura material. Embora se perceba a ênfase, não são apenas os registros biográficos da passagem do médico e governante político que despontam. A investigação das coleções de objetos e soluções arquitetônicas narra interessantes aspectos sobre como as sociedades foram se organizando historicamente, e as peças em salvaguarda incidem e reconstroem fragmentos de nossa memória social. A imensa gama de objetos importados da Europa, localizada no acervo, alude, por exemplo, a freqüente atividade de trocas e transações entre a pequena cidade do sul do Brasil e o Velho Continente. Chama a atenção o fato de que a residência, reconhecida por ser a primeira a ter luz elétrica na cidade, conserve, até os dias de hoje, as originais lâmpadas com filamento de carbono em funcionamento.Para se chegar aos quartos das filhas do casal, era necessário passar antes pelos quartos dos pais. Este é um dos reflexos das relações de gênero, presentes neste contexto social, que revela o cuidado que se tinha para se conduzir às mulheres de família, em castidade, à união sacramental. Ao transitar por um universo intimista, vemos em exposição as antigas vestes e adereços usados, em constante diálogo com a moda vigente.As camas projetadas individualmente, pequenas e estreitas, aludem à baixa estatura de seus ocupantes. A concepção detalhada dos móveis demonstra a importância dos artífices e marceneiros, muitos deles estrangeiros, que com a perícia técnica impressionavam e tinham seu público garantido nas elites brasileiras.O passadiço envidraçado, que circunda o belo jardim do pátio interno, foi uma projeção inovadora àquele momento, concebida com o intuito de iluminar e ventilar a casa, dividida entre cômodos de inverno e cômodos de verão. Em função dos riscos de infecções e contágios que assolavam o período, acreditava-se que a construção de paredes com o pé direito alto amenizaria a circulação de vírus. Em razão do mesmo motivo, a localização dos banheiros se dava comumente afastada das principais zonas da moradia. Quando o Dr. Barbosa optou pela disposição da peça no interior de seu palacete, causou impacto a decisão. Daí que, ao projetar a banheira, esculpida no próprio local de instalação, seu construtor trabalhou em mármore duas argolas, como se fossem alças de caixão, em alusão ao perigo de se dispor o quarto de banho em proximidade aos demais ambientes familiares. Estes são apenas alguns dos aspectos históricos e curiosidades que podem ser encontrados no local. Ao se contemplar o universo imaginário, muitos são os fantasmas que habitam o antigo casarão. Como uma ponte entre o passado e o presente, o Museu Carlos Barbosa possibilita múltiplas narrativas a partir do trabalho para com o seu acervo. Interessante para adultos e crianças é a visita guiada, conduzida pela equipe da fundação, que pode ser realizada de terça a sábado, das 9 às 11h e das 14 às 17h. O valor cobrado é de R$ 5,00 por pessoa.
Em estilo neoclássico, com 656 m2 de área construída, situada à rua 15 de Novembro nº 642, esquina com a rua Cel. de Deus Dias. Pelo gradil e portão de ferro vê-se o grande jardim com lago e chafariz.
Seu construtor foi Martinho de Oliveira Braga. Esse prédio foi transformado em Museu após o falecimento da maioria dos membros da família.É considerado o mais belo museu do Rio Grande do Sul. Foi fundado em 26 de novembro de 1977 e começou a funcionar de fato, aberto à visitação, em 1978.
O Museu Dr. Carlos Barbosa Gonçalves, localizado na cidade de Jaguarão, RS, na fronteira com o Uruguay, desponta entre os mais belos acervos históricos do Brasil. Trata-se de um prédio em estilo eclético, datado de 1886, que foi preservado, junto com sua mobília, como um ícone do requinte construtivo que predominou no sul do país, entre as classes abastadas, em fins do século XIX e princípios do século XX. O período é apontado como o ápice do desenvolvimento cultural e econômico do município que, embasado na indústria charqueadora e adquirindo gado em grande quantidade nos territórios orientais, acumulou riquezas e conquistou posição de relevo no cenário nacional. Da prosperidade de Jaguarão originou-se o belo patrimônio arquitetônico, a paisagem urbana reconhecida e destacada, em grande parte, por possuir conjuntos de casarios e não somente bens históricos isolados, que sobreviveram à evolução da cidade como testemunhos ou referenciais do passado.A construção foi dirigida por Martinho de Oliveira Braga e serviu como residência familiar do médico e político influente que atuou no meio Republicano, como um de seus principais agentes, em um momento de grande movimento e agitação na história do país. Carlos Barbosa Gonçalves nasceu na cidade de Pelotas em 8 de abril de 1851 e, logo na infância, passou a estudar em Jaguarão. Aos quinze anos foi para o Rio de Janeiro e obteve, primeiramente, o diploma de Bacharel em Ciências e Letras. Em 1870, na capital do país, recebeu o grau de Doutor em Medicina, então com 24 anos de idade. Em 1879, após uma estadia na Europa, retornou para a fronteira sulina e, no meio político, trabalhou em diferentes esferas. Engajado na causa abolicionista, foi presidente e diretor da Comissão de Liberdade da Sociedade Emancipadora Jaguarense e responsável pela criação do jornal A Ordem. Apontado como um dos fundadores do partido Republicano Rio-Grandense em Jaguarão, no auge de sua trajetória chegou à Presidência do Estado no ano de 1908, e nela permaneceu até 1913.Nos últimos anos de sua atuação no cenário político, foi eleito senador da República em 1920, cargo ao qual foi reconduzido em 1927. Em 1929 renunciou às atividades por questões de saúde e faleceu, algum tempo depois, então com 82 anos, em Jaguarão.A ideia de preservar a residência da família como tal partiu de sua última herdeira, Dona Eudóxia Barbosa de Iara Palmeiro, filha do Dr. Barbosa e de Dona Carolina Cardoso de Brum. Mantido através de uma fundação, responsável pela salvaguarda dos bens, o museu está aberto à visitação desde 1978. Com 23 cômodos e mais de 600 metros quadrados, seu maior destaque se dá em função da autenticidade dos artefatos que o compõe. Ao visitá-lo, é possível se apreciar a beleza da fachada que resistiu ao tempo, com seus elementos inspirados na arquitetura greco-romana, as portas e as janelas trabalhadas artesanalmente em madeira, e observar a delicadeza das grades com filigranas, que permitem o acesso ao jardim interno da residência, ornamentam escadas e gateiras, e oferecem um rico exercício para o olhar.No interior do casarão se vêem os detalhes do mobiliário em sua diversidade, que comporta desde objetos cotidianos de uso pessoal à valiosas obras de arte, fotografias, têxteis, e coleções características da época, a maioria em estilo neoclássico e art noveau. O museu Carlos Barbosa possui, ainda, farta documentação primária que se encontra em estudo e organização para que, em adequadas condições de proteção e manuseio, um dia possa ser acessada por pesquisadores e interessados na área.Além do patrimônio da família que usufruiu do apogeu do período oitocentista e, sem descendentes, deixou o século XIX em sua última geração, encontramos no museu um caminho que conduz à construção de conhecimentos acerca do passado por meio de leituras da cultura material. Embora se perceba a ênfase, não são apenas os registros biográficos da passagem do médico e governante político que despontam. A investigação das coleções de objetos e soluções arquitetônicas narra interessantes aspectos sobre como as sociedades foram se organizando historicamente, e as peças em salvaguarda incidem e reconstroem fragmentos de nossa memória social. A imensa gama de objetos importados da Europa, localizada no acervo, alude, por exemplo, a freqüente atividade de trocas e transações entre a pequena cidade do sul do Brasil e o Velho Continente. Chama a atenção o fato de que a residência, reconhecida por ser a primeira a ter luz elétrica na cidade, conserve, até os dias de hoje, as originais lâmpadas com filamento de carbono em funcionamento.Para se chegar aos quartos das filhas do casal, era necessário passar antes pelos quartos dos pais. Este é um dos reflexos das relações de gênero, presentes neste contexto social, que revela o cuidado que se tinha para se conduzir às mulheres de família, em castidade, à união sacramental. Ao transitar por um universo intimista, vemos em exposição as antigas vestes e adereços usados, em constante diálogo com a moda vigente.As camas projetadas individualmente, pequenas e estreitas, aludem à baixa estatura de seus ocupantes. A concepção detalhada dos móveis demonstra a importância dos artífices e marceneiros, muitos deles estrangeiros, que com a perícia técnica impressionavam e tinham seu público garantido nas elites brasileiras.O passadiço envidraçado, que circunda o belo jardim do pátio interno, foi uma projeção inovadora àquele momento, concebida com o intuito de iluminar e ventilar a casa, dividida entre cômodos de inverno e cômodos de verão. Em função dos riscos de infecções e contágios que assolavam o período, acreditava-se que a construção de paredes com o pé direito alto amenizaria a circulação de vírus. Em razão do mesmo motivo, a localização dos banheiros se dava comumente afastada das principais zonas da moradia. Quando o Dr. Barbosa optou pela disposição da peça no interior de seu palacete, causou impacto a decisão. Daí que, ao projetar a banheira, esculpida no próprio local de instalação, seu construtor trabalhou em mármore duas argolas, como se fossem alças de caixão, em alusão ao perigo de se dispor o quarto de banho em proximidade aos demais ambientes familiares. Estes são apenas alguns dos aspectos históricos e curiosidades que podem ser encontrados no local. Ao se contemplar o universo imaginário, muitos são os fantasmas que habitam o antigo casarão. Como uma ponte entre o passado e o presente, o Museu Carlos Barbosa possibilita múltiplas narrativas a partir do trabalho para com o seu acervo. Interessante para adultos e crianças é a visita guiada, conduzida pela equipe da fundação, que pode ser realizada de terça a sábado, das 9 às 11h e das 14 às 17h. O valor cobrado é de R$ 5,00 por pessoa.
Igreja Matriz do Divino Espírito Santo
A Igreja Matriz do Divino Espírito Santo iniciada em 1847, porém concluída somente 20 anos depois – é um dos raros templos do século XIX na região sul do Estado, a conservar integralmente as linhas gerais de seu aspecto original tanto interno quanto externo, o que lhe confere especial importância histórica, arquitetônica e artística.
Internamente, além do conjunto formado pelo altar-mor e os dois grandes altares colaterais, com seus retábulos de influência neoclássica, são também originais do século XIX:
- nas capelas laterais, dois retábulos móveis: o que abriga a imagem do Senhor Bom Jesus dos Passos, e o retábulo original de Nossa Senhora do Rosário (ocupado, atualmente, pelo Sagrado Coração de Jesus);
- conjunto de onze imagens sacras esculpidas em madeira (além de outras, do século XX, em diferentes materiais) e seus respectivos complementos, como coroas e resplendores em prata, executados com várias técnicas de ourivesaria;
- a pia batismal, em diferentes variedades de mármore, com belo trabalho de escultura em forma de cabeças de querubins, em torno da bacia.
- o gradil da capela do batistério, em ferro batido, com detalhes em fundição;
- duas raras eças, enormes móveis desmontáveis, empregados, outrora, para representar o esquife nas cerimônias de “absolvição dos defuntos”, após a missa fúnebre por ocasião do sétimo dia, trigésimo e aniversário, assim como para a Novena das Almas, celebrada nos dias consecutivos à comemoração de Finados, em novembro;
- dois cadeirões de braços que consta terem pertencidos ao palácio do ditador Solano López, trazidos como troféu da Guerra do Paraguai (1864 – 1870);
- amplo acervo-documental, especialmente o relacionado às antigas irmandades leigas.
Apesar disso, em épocas diversas, esse patrimônio foi objeto de várias intervenções indevidas, citando-se dentre elas:
-a arquitetura do retábulo-mor foi adulterada pela remoção de degraus superiores do camarim, a fim de possibilitar a instalação do atual Ostensório do Divino Espírito Santo, em metal, que substituiu o original-esculpido em madeira, em estilo barroco tardio, dourado e policromado (atualmente conservado no Instituto Histórico e Geográfico);
- foram emparedados dois nichos cavados na alvenaria, que ladeavam o arco cruzeiro;
- a pia batismal foi removida de seu lugar original no batistério;
- todos os altares sofreram sucessivas repinturas, sendo empregados materiais indevidos e cobrindo-se a primitiva policromia, que imitava mármores de várias cores, bem como o douramento original; a mesa do altar-mor também foi separada do respectivo retábulo e sacrário;
- também a maioria das imagens sacras sofreu restauro inadequado em geral ocultando ou desfigurando o “estofamento” das vestes das mesmas, executado, originalmente, com minuciosas técnicas de policromia e douramento. Algumas imagens foram também deslocadas de seus altares originais;
- o acervo documental necessita de tratamento e acondicionamento tecnicamente adequado, por seu grande valor como fonte de dados para a pesquisa científica.
A recuperação e preservação desse conjunto patrimonial através da criação do Museu e do Memorial da Matriz do Divino Espírito Santo, é uma iniciativa que, para chegar a tempo necessita do apoio de todos cidadãos jaguarenses conscientes da importância dessa parcela da memória e da identidade local.
Internamente, além do conjunto formado pelo altar-mor e os dois grandes altares colaterais, com seus retábulos de influência neoclássica, são também originais do século XIX:
- nas capelas laterais, dois retábulos móveis: o que abriga a imagem do Senhor Bom Jesus dos Passos, e o retábulo original de Nossa Senhora do Rosário (ocupado, atualmente, pelo Sagrado Coração de Jesus);
- conjunto de onze imagens sacras esculpidas em madeira (além de outras, do século XX, em diferentes materiais) e seus respectivos complementos, como coroas e resplendores em prata, executados com várias técnicas de ourivesaria;
- a pia batismal, em diferentes variedades de mármore, com belo trabalho de escultura em forma de cabeças de querubins, em torno da bacia.
- o gradil da capela do batistério, em ferro batido, com detalhes em fundição;
- duas raras eças, enormes móveis desmontáveis, empregados, outrora, para representar o esquife nas cerimônias de “absolvição dos defuntos”, após a missa fúnebre por ocasião do sétimo dia, trigésimo e aniversário, assim como para a Novena das Almas, celebrada nos dias consecutivos à comemoração de Finados, em novembro;
- dois cadeirões de braços que consta terem pertencidos ao palácio do ditador Solano López, trazidos como troféu da Guerra do Paraguai (1864 – 1870);
- amplo acervo-documental, especialmente o relacionado às antigas irmandades leigas.
Apesar disso, em épocas diversas, esse patrimônio foi objeto de várias intervenções indevidas, citando-se dentre elas:
-a arquitetura do retábulo-mor foi adulterada pela remoção de degraus superiores do camarim, a fim de possibilitar a instalação do atual Ostensório do Divino Espírito Santo, em metal, que substituiu o original-esculpido em madeira, em estilo barroco tardio, dourado e policromado (atualmente conservado no Instituto Histórico e Geográfico);
- foram emparedados dois nichos cavados na alvenaria, que ladeavam o arco cruzeiro;
- a pia batismal foi removida de seu lugar original no batistério;
- todos os altares sofreram sucessivas repinturas, sendo empregados materiais indevidos e cobrindo-se a primitiva policromia, que imitava mármores de várias cores, bem como o douramento original; a mesa do altar-mor também foi separada do respectivo retábulo e sacrário;
- também a maioria das imagens sacras sofreu restauro inadequado em geral ocultando ou desfigurando o “estofamento” das vestes das mesmas, executado, originalmente, com minuciosas técnicas de policromia e douramento. Algumas imagens foram também deslocadas de seus altares originais;
- o acervo documental necessita de tratamento e acondicionamento tecnicamente adequado, por seu grande valor como fonte de dados para a pesquisa científica.
A recuperação e preservação desse conjunto patrimonial através da criação do Museu e do Memorial da Matriz do Divino Espírito Santo, é uma iniciativa que, para chegar a tempo necessita do apoio de todos cidadãos jaguarenses conscientes da importância dessa parcela da memória e da identidade local.
Teatro Esperança
A inclusão de Jaguarão no Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas permite entrever, já, importantes avanços na defesa e proteção dos bens culturais. Entre os projetos e obras de destaque, vislumbramos os resultados da restauração do Teatro Esperança que, após anos de degradação, teve recuperadas, com a conclusão da primeira etapa das obras, sua cobertura, pintura decorativa mural e galerias – estruturas que estavam em estado avançado de comprometimento.
O prédio, tombado por seu valor histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado desde o ano de 1990, passou recentemente a tutela e proteção, também, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, recebendo o investimento de mais R$ 1, 1 milhão.
A construção desponta entre os belos acervos arquitetônicos do centro da cidade, recentemente tombada nacionalmente por seu conjunto Histórico e Paisagístico, contemplando mais de 800 prédios e uma área de entorno.
O Teatro Politeama começou a ser construído em 1887 e foi inaugurado dez anos depois. É apontado como o terceiro mais antigo do estado, precedido pelo Teatro Sete de Abril, de Pelotas, e pelo Teatro São Pedro, de Porto Alegre. É reconhecido, do mesmo modo, no cenário nacional, por sua qualidade acústica.
A arquitetura projetada em estilo eclético, em cuja fachada destacam-se as aberturas entre as colunas jônicas e as platibandas com frontões decorados, revela a precisão dos grandes artífices do continente europeu, que percorreram e se instalaram no sul do país, em meados do século XIX. Seu construtor foi Martinho de Oliveira Braga, destacado pela atuação em diversas obras que compõem o requintado casario do município, e o responsável pelo trabalho em madeira foi o artista Gustavo Guimarães, marceneiro português estabelecido na fronteira na época.
O porte da casa de espetáculos traduz a expansão econômica que vivia Jaguarão no final do período oitocentista e princípios do século XX, por sua vez refletida na fase áurea da construção civil e no engajamento da sociedade com a movimentação cultural e artística do país.
A cidade estava no roteiro das companhias que se apresentavam no Rio de Janeiro, Porto Alegre e Pelotas, e seguiam para Montevidéu e Buenos Aires. Por sua localização estratégica e importância política na região, recebeu peças de autores de renome, como adaptações de Shakespeare traduzidas, Alexandre Dumas, José de Alencar, Lobo da Costa, entre outros, conforme atestam os jornais locais.
Outro aspecto interessante, é que o espaço adaptava-se à realização de espetáculos circences. Para tanto, removiam-se as cadeiras e o piso da platéia, cujo tablado era móvel, e esta se transformava em picadeiro.
Na década de 1950, o Teatro sofreu reformas para que pudesse ser utilizado como cinema. Seus camarotes foram removidos, instalaram-se cadeiras fixas na platéia, uma tela e construiu-se uma sala de projeção, o que ocasionou a perda de alguns de seus referenciais originais.
No cenário atual, é imprescindível a soma de esforços da comunidade em parceria com o setor público - nos âmbitos municipal, estadual e federal-, para que se possa preservar o que se recuperou do prédio e criar uma base sólida para as futuras ações do campo do Restauro e da Conservação. Tendo em vista a efervescência cultural que demarca a fronteira, fica a certeza de que o Teatro Esperança terá vida longa e que muitos espetáculos ainda serão anunciados nos cartazes de seu futuro próximo.
Link para o Projeto,Obras e Fotos da Restauração: Teatro Esperança
O prédio, tombado por seu valor histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado desde o ano de 1990, passou recentemente a tutela e proteção, também, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, recebendo o investimento de mais R$ 1, 1 milhão.
A construção desponta entre os belos acervos arquitetônicos do centro da cidade, recentemente tombada nacionalmente por seu conjunto Histórico e Paisagístico, contemplando mais de 800 prédios e uma área de entorno.
O Teatro Politeama começou a ser construído em 1887 e foi inaugurado dez anos depois. É apontado como o terceiro mais antigo do estado, precedido pelo Teatro Sete de Abril, de Pelotas, e pelo Teatro São Pedro, de Porto Alegre. É reconhecido, do mesmo modo, no cenário nacional, por sua qualidade acústica.
A arquitetura projetada em estilo eclético, em cuja fachada destacam-se as aberturas entre as colunas jônicas e as platibandas com frontões decorados, revela a precisão dos grandes artífices do continente europeu, que percorreram e se instalaram no sul do país, em meados do século XIX. Seu construtor foi Martinho de Oliveira Braga, destacado pela atuação em diversas obras que compõem o requintado casario do município, e o responsável pelo trabalho em madeira foi o artista Gustavo Guimarães, marceneiro português estabelecido na fronteira na época.
O porte da casa de espetáculos traduz a expansão econômica que vivia Jaguarão no final do período oitocentista e princípios do século XX, por sua vez refletida na fase áurea da construção civil e no engajamento da sociedade com a movimentação cultural e artística do país.
A cidade estava no roteiro das companhias que se apresentavam no Rio de Janeiro, Porto Alegre e Pelotas, e seguiam para Montevidéu e Buenos Aires. Por sua localização estratégica e importância política na região, recebeu peças de autores de renome, como adaptações de Shakespeare traduzidas, Alexandre Dumas, José de Alencar, Lobo da Costa, entre outros, conforme atestam os jornais locais.
Outro aspecto interessante, é que o espaço adaptava-se à realização de espetáculos circences. Para tanto, removiam-se as cadeiras e o piso da platéia, cujo tablado era móvel, e esta se transformava em picadeiro.
Na década de 1950, o Teatro sofreu reformas para que pudesse ser utilizado como cinema. Seus camarotes foram removidos, instalaram-se cadeiras fixas na platéia, uma tela e construiu-se uma sala de projeção, o que ocasionou a perda de alguns de seus referenciais originais.
No cenário atual, é imprescindível a soma de esforços da comunidade em parceria com o setor público - nos âmbitos municipal, estadual e federal-, para que se possa preservar o que se recuperou do prédio e criar uma base sólida para as futuras ações do campo do Restauro e da Conservação. Tendo em vista a efervescência cultural que demarca a fronteira, fica a certeza de que o Teatro Esperança terá vida longa e que muitos espetáculos ainda serão anunciados nos cartazes de seu futuro próximo.
Link para o Projeto,Obras e Fotos da Restauração: Teatro Esperança
Estação Férrea - Fonte: Jornal Pampeano
O ramal de Jaguarão foi aberto em 1932 para unir a estação de Basílio, na linha de Cacequi ao Rio Grande, ao Uruguai, depois de cruzar a ponte internacional sobre o rio Jaguarão, através da ferrovia podia-se seguir para Montevideo de trem. A linha foi totalmente desativada por volta de 1979. Os trilhos foram arrancados, exceto no trecho entre Jaguarão e o rio Uruguai. Quando veio a supressão oficial do ramal em 1994, a linha já era uma saudade havia muitos anos.
A estação ferroviaria foi inaugurada em 1932 como ponta de linha do ramal de Jaguarão. Da estação os trilhos continuavam até a cidade de Rio Branco, no Uruguai, depois de cruzar a ponte internacional (Ponte Mauá) com trilhos de bitola dupla, correspondente à métrica brasileira e a bitola uruguaia, maior. Em 1942, construiu-se um prolongamento para uma nova estação no abrigo de Polinício, próximo à estação para abrigar os viajantes, na subida norte para a ponte internacional. A partir desse ano, era dali que o trem seguia para a ponte. O trem uruguaio de conexão até Montevideo esperava no meio da ponte, na chamada parada Ponte Mauá. Por muito tempo havia uma automotriz diesel , correndo no trecho Ponte Mauá - Montevideo, depois a AFE uruguaia passou a usar os trens diesel
Segundo se conta, os trens brasileiros entravam na estação de Rio Branco, no Uruguai e do outro lado da ponte, para a baldeação. Até 2005 a linha da bitola 1,435 m atravessava a fronteira e chegava até à estação de Jaguarão. Era pouca carga, em geral arroz da região de Vergara e Treinta y Tres, a 200 km da fronteira, no Uruguai. Porém, a partir desse ano problemas estruturais na ponte impedem os trens uruguaios de atravessá-la, tendo cessado o seu tráfego. A estação de Jaguarão pertence à cidade, e os trilhos à AFE uruguaia, que contínuam por alguns centenas de metros no leito da antiga linha métrica brasileira erradicada. No ano 1960 existiu uma automotriz rápida ligando Rio Grande em exatamente 5 horas até Polinicio com poucas paradas nesse trajeto, possibilitando uma baldeação imediata até e desde Montevideu, pela então RFFSA, onde era chamado de "Rápido Rio Grande-Montevideu".
Estes trilhos vão até o pátio da ex-estação de Jaguarão da VFRGS. Com a suspensão do tráfego de trens na ponte Mauá, os trilhos estão virando canteiro central. Como curiosidade: no fim desta rua há uma curva a direita e em seguida é o início da rodovia BR-116 (Texto e foto de Alfredo Rodrigues, 31/5/2008).
A estação ferroviaria foi inaugurada em 1932 como ponta de linha do ramal de Jaguarão. Da estação os trilhos continuavam até a cidade de Rio Branco, no Uruguai, depois de cruzar a ponte internacional (Ponte Mauá) com trilhos de bitola dupla, correspondente à métrica brasileira e a bitola uruguaia, maior. Em 1942, construiu-se um prolongamento para uma nova estação no abrigo de Polinício, próximo à estação para abrigar os viajantes, na subida norte para a ponte internacional. A partir desse ano, era dali que o trem seguia para a ponte. O trem uruguaio de conexão até Montevideo esperava no meio da ponte, na chamada parada Ponte Mauá. Por muito tempo havia uma automotriz diesel , correndo no trecho Ponte Mauá - Montevideo, depois a AFE uruguaia passou a usar os trens diesel
Segundo se conta, os trens brasileiros entravam na estação de Rio Branco, no Uruguai e do outro lado da ponte, para a baldeação. Até 2005 a linha da bitola 1,435 m atravessava a fronteira e chegava até à estação de Jaguarão. Era pouca carga, em geral arroz da região de Vergara e Treinta y Tres, a 200 km da fronteira, no Uruguai. Porém, a partir desse ano problemas estruturais na ponte impedem os trens uruguaios de atravessá-la, tendo cessado o seu tráfego. A estação de Jaguarão pertence à cidade, e os trilhos à AFE uruguaia, que contínuam por alguns centenas de metros no leito da antiga linha métrica brasileira erradicada. No ano 1960 existiu uma automotriz rápida ligando Rio Grande em exatamente 5 horas até Polinicio com poucas paradas nesse trajeto, possibilitando uma baldeação imediata até e desde Montevideu, pela então RFFSA, onde era chamado de "Rápido Rio Grande-Montevideu".
Estes trilhos vão até o pátio da ex-estação de Jaguarão da VFRGS. Com a suspensão do tráfego de trens na ponte Mauá, os trilhos estão virando canteiro central. Como curiosidade: no fim desta rua há uma curva a direita e em seguida é o início da rodovia BR-116 (Texto e foto de Alfredo Rodrigues, 31/5/2008).
Rua das Portas
A Rua XV de Novembro é conhecida como a rua das portas, são portas entalhadas a mão em madeira nobre. Maioria datam do século XIX. As portas também representam o ecletismo arquitetônico da cidade, encontram se portas de muitos estilos arquitetônicos diferentes como o art nouveau, o neoclássico, o colonial português entre outros.
Cine Regente - Fonte http://cineregente.blogspot.com/
Visita ao Cine Regente - Entrevista com Éder
No dia 12 de setembro de 2013, um grupo de estudantes de Produção e Política Cultural da UNIPAMPA, empenhados em um projeto que envolve a revitalização do Cine Regente fizeram uma visita ao prédio com a intenção de conhecer a fundo a estrutura interna do edifício e entrevistar Éder, um contratado da SOJAL (sociedade proprietária do Cinema).A equipe de estudantes tirou dúvidas na pesquisa de campo sobre alguns aspectos técnicos relacionados a situação da sociedade e jurídica do espaço. A pesquisa teve um resultado positivo para o grupo pois pode esclarecer alguns pontos cruciais na retomada da atividade do Regente.A intenção da SOJAL, ou pelo menos a do sócio majoritário - segundo Éder -, é positiva e abrangente, propostas de acordos com a prefeitura, apesar de uma leve crítica à mesma acontecer durante a entrevista, parecem ser bem-vindas até o momento.O Gigante Adormecido parece estar próximo de acordar. Logo após a entrevista com Éder, um casal de aposentados também foi entrevistado e o interesse da população em atividades culturais e audiovisuais vêm confirmado ao longo da
pesquisa do grupo. O casal citou a situação do Theatro Esperança e pareciam ansiosos quanto a retomada daquele espaço também.
Confira abaixo algumas fotos tiradas durante a entrevista:
Entrevista com Andrea Lima
Diretora de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura e Turismo de Jaguarão.
No dia 06 de Setembro de 2013 a Diretora de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura e Turismo de Jaguarão, Andrea Lima, nos cedeu uma entrevista como parte do processo de construção do artigo. Veja a seguir os pontos importantes da mesma, segundo o olhar dos pesquisadores:
Diretora de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura e Turismo de Jaguarão.
No dia 06 de Setembro de 2013 a Diretora de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura e Turismo de Jaguarão, Andrea Lima, nos cedeu uma entrevista como parte do processo de construção do artigo. Veja a seguir os pontos importantes da mesma, segundo o olhar dos pesquisadores:
Igreja Imaculada Conceição
Localizada na rua General Osório n°743. Templo católico mandado construir por Minervina Carolina Corrêa para pagamento de uma promessa. Em estilo gótico concluído em 1912. Parlatório e altares esculpidos em mármore de Carrara branco. No altar mor se encontra uma Virgem Maria em tamanho natural, cujas medidas são as mesmas de Minervina. Em 29 de Julho de 1953 a igreja é doada ao Bispado.